A rota segue o traçado da antiga calçada romana, denominada Mirandesa por ser, Miranda do Douro o seu destino, partindo da cidade de Zamora, embora a rota proposta comece, dentro da RBTMI, na aldeia de Pereruela, muito conhecida pela sua olaria tradicional.
Ao longo do trajeto existem troços que conservam a antiga calçada em pedra, bem como pontes e outros vestígios históricos, que farão recordar a sua antiguidade milenar e a importância das calçadas construídas durante o Império Romano, vias que mantiveram a comunicação entre estes territórios ibéricos durante quase dois mil anos. Entre outras pontes podem-se mencionar a das Urrietas em Pereruela e a de La Albañeza, numa das mais belas paragens do trajeto, com o mesmo nome, entre Arcillo e Abelón; ambas as pontes são bons exemplos de arquitetura civil romana.
Nesta rota será possível associar o desporto com o conhecimento do património cultural, ao mesmo tempo que percorrem sugestivas paisagens. Entre cortinas de pedra, prados, regatos, terrenos com azinheiras seculares e aldeias de pedra, entra-se nos Parques Naturais de Arribes del Duero e Douro Internacional. Nestas aldeias poderá descobrir uma abundante demonstração de arquitetura popular como fontes, cruzeiros, estelas funerárias, portadas, 'chiviteros', entre outros. As aldeias sayagueses são verdadeiros museus etnográficos ao ar livre.
Além disso, no troço inicial, a rota coincide com a etapa 20 da Senda del Duero (GR-14), pelo que poderá seguir a sinalização desta, juntamente com os sinais de uma rota BTT que segue o traçado da GR até Moral de Sayago, aldeia que, juntamente com a de Moralina, é testemunha do antigo hábito de plantar amoreiras junto a igrejas e ermidas, como símbolo do terreno sagrado, pelo que, em ambas, será possível comprovar que, além do nome, se conservam estas árvores centenárias.
A calçada mirandesa separa-se do caminho do Duero para se dirigir a Torregamones, de onde poderá espreitar o desfiladeiro do Douro, com extraordinárias paisagens panorâmicas de frente para Miranda do Douro e, após uma curta, mas dura secção final, terminar com a descida, à sempre sugestiva, localidade portuguesa.
1) Fotografia das duas pontes romanas mais emblemáticas do trajeto. Imagine a quantidade de pessoas que as terão atravessado ao longo de quase dois milénios. 2) Pergunte em Moral de Sayago por onde seguia o caminho original até Torregamones. Porque deixou de se de fazer?
A rota pode realizar-se completa e comodamente num dia, mesmo fazendo o caminho de ida e volta após uma pausa em Miranda do Douro (uma vez que é um trajeto linear, também se pode atalhar com facilidade).
Decorre pelo Parque Natural de Arribes del Douro, entrando num pequeno troço do Parque Natural do Douro Internacional, devendo ser respeitadas as condições estabelecidos nos planos de ordenamento de ambas as áreas naturais protegidas.
A antiga calçada perdeu-se num troço entre Moral de Sayago e Torregamones, onde foi engolida por prados e explorações pecuárias, muitas vezes cercadas, que tinham de ser atravessadas, pelo que se optou por desviar o trajeto por uma estrada local com pouco trânsito, passando por Moralina. É necessário ter muito cuidado nesta secção de estrada e na parte final de entrada em Miranda, bem como na descida do desfiladeiro em que devemos levar a bicicleta à mão nos últimos 200m. devido à complexidade da orografia do terreno.
