A rota parte de Santulhão, aldeia do município de Vimioso, território onde correm dois importantes rios que formam desfiladeiros encaixados no terreno, o Sabor e o Maçãs. Depois de nascer em terras zamoranas, ambos percorrem Trás-os-Montes de Norte a Sul (representando, assim, relevantes corredores ecológicos para muitas espécies) antes de se juntarem, um pouco mais abaixo, mesmo antes da barragem denominada de Baixo Sabor. Como complemento a esta rota será possível desfrutar das paisagens destes desfiladeiros ou dos lagos do Sabor, que é o nome dado a esta zona barrada no curso deste rio.
Esta área de influência dos rios Sabor e Maçãs está declarada como Zona de Proteção Especial de Aves (ZPE) de Portugal, dentro da Rede Natura 2000, devido ao facto de as suas características naturais, a sua difícil acessibilidade e a escassa influência humana, proporcionarem condições ideais para a nidificação de espécies como o abutre-fouveiro, a águia real, o mocho real, a águia de Bonelli, a cegonha-preta, entre outras.
Os vales entre estes dois rios apresentam um microclima especial para o cultivo de oliveiras de uma variedade única e exclusiva desta zona, à qual foi precisamente dado o nome da aldeia de Santulhão, a variedade Santulhana, dado que este território e o das áreas à volta apresentam condições ideais para esta variedade rústica e resistente ao frio trasmontano. Esta variedade única, juntamente com a baixa produção faz com que o azeite local seja muito exclusivo e de sabor diferente.
Facto este que faz com que a oliveira seja o símbolo de Santulhão e se possa observar as primeiras desde o início da rota até aos arredores da aldeia, em direção ao Santuário de São Lázaro avance entre muros de pedra, deixando para trás campos de oliveiras centenárias perfeitamente cuidadas em ambos os lados do trilho. São árvores de grande beleza graças aos duradouros troncos esculpidos e de tamanho relativamente grande que apresentam também, em dias de vento, uma imagem especial e diferente de outras oliveiras, devido ao movimento peculiar que realizam as folhas maiores, mais longas e leves.
Continuando a rota obtêm-se amplas vistas panorâmicas de uma paisagem imponente, de relevo montanhoso, no qual alternam vales de diferentes inclinações dependendo das características geológicas do solo, num mosaico agroflorestal em que as terras de cultivo são quase exclusivamente de olival, com algumas vinhas como atividades predominantes juntamente com o pastoreio.
Ao longo do trajeto poderá observar azinheiras, sobreiros e terebintos entre outras espécies florestais, combinados com áreas de matagal mediterrânico e freixos, salgueiros e outras espécies ribeirinhas nos 'ribeiros' ou riachos. Mas acima de tudo, será possível desfrutar de bonitos recantos e uma grande sensação de paz e silêncio, apenas interrompida por sons naturais, numa área verdadeiramente afastada de centros urbanos ou estradas.
A rota é circular, no entanto, está disponível um track linear adicional que a divide em duas partes, como opção para aqueles que desejam fazer qualquer um dos trajetos resultantes, mais curtos. Há zonas em que o caminho parece perder-se em zonas exclusivas de olivais , mas deve seguir o track proporcionado, o que vai permitir atravessá-los muito facilmente.
Coincide com uma Zona de Proteção Especial de Aves (ZPE) no âmbito da Rede Natura 2000.