«Vou falar-lhes dum Reino Maravilhoso. Embora muitas pessoas digam que não, sempre houve e haverá reinos maravilhosos neste mundo. O que é preciso, para os ver, é que os olhos não percam a virgindade original diante da realidade, e o coração, depois, não hesite. Ora, o que pretendo mostrar, meu e de todos os que queiram merecê-lo, não só existe, como é dos mais belos que se possam imaginar...» (Um Reino Maravilhoso, Miguel Torga).
A região de Trás-os-Montes combina uma bela paisagem com um vasto património histórico e cultural.
A rota atravessa a Terra Quente Transmontana, caracterizada por um clima mais quente e altitudes mais baixas do que a Terra Fria, mas especificamente por uma zona de transição onde se faz notar a influência climática e territorial desta, a norte de Mirandela.
Ao longo dos quase 39 km da rota, será possível percorrer um exemplar representativo das paisagens trasmontanas dado que, embora o relevo seja suave, sem grandes inclinações no terreno, permite aceder a zonas elevadas de onde se pode apreciar o belo mosaico agroflorestal típico de Trás-os-Montes e característico da Meseta Ibérica: encostas e vales de cultivo de oliveiras, principal motor da economia local, em torno das aldeias brancas; áreas florestais, dominadas por sobreiros e matagal mediterrâneo de estevas, alfazemas, giestas e zimbros, com as mais altas serras transmontanas ao fundo.
A paisagem é sempre o resultado da ação e interação de fatores naturais e humanos, e isto verifica-se especialmente na Terra Quente cujas paisagens são o reflexo de uma intensa, mas harmoniosa atividade humana no território, com usos compatíveis com as características do terreno e enraizados num conhecimento acumulado ao longo do tempo.
A rota começa e termina em Mirandela, nas margens do rio Tua, junto das quais será possível descansar ao terminar a rota, recuperando forças nas suas agradáveis praias ou jardins. A ponte de pedra, o imponente palácio dos Távoras, atual sede da Câmara Municipal, a Igreja da Misericórdia ou o Solar dos Condes de Vinhais são alguns dos monumentos que poderão ser visitados. Além disso, a rota permite a visitar um total de 11 aldeias: aldeias pequenas onde o tempo passa lentamente e os poucos habitantes, têm sempre uma palavra amigável para o visitante e, onde não deixará de se surpreender com a herança arquitetónica e etnográfica rural, que por ser humilde, não é menos bonita.
Rota circular que atravessa o território do Parque Natural Regional do Vale do Tua.
Percorre na sua maioria caminhos agrícolas, embora uma pequena secção passe por estrada, onde devemos ter o máximo de cuidado.
Pode realizar-se em qualquer época do ano mas a primavera, quando as cores são mais intensas e as flores embelezam a paisagem, pode ser a época mais recomendável.