Rota dos caminhos tradicionais do Lago de Sanabria

Esta rota é feita por caminhos tradicionais, 'rodeiros' ou 'rodeiras' ou 'breas', como são conhecidos nesta região sanabresa, a Sudoeste da província de Zamora (Espanha), a Norte da Reserva da Biosfera Transfronteiriça Meseta Ibérica.

Caminhos que fazem parte da história, abertos pelas pegadas de milhares de passos anónimos que procuravam aceder a moinhos, fontes e terrenos de cultivo e simplesmente unir aldeias para fazer a troca de produtos agrícolas ou de gado, ou partilhar momentos de festa e tradições.

Alguns destes caminhos tinham tanta importância, como é exemplo o do Cordel Sanabrês, o qual se sobrepõe a esta rota num pequeno troço. A importância das pastagens da Montanha Sanabresa levou esta região a integrar a história da transumância transfronteiriça, que ligou muitas regiões da Europa, contribuindo para um intercâmbio cultural ao qual hoje, mais do que nunca, damos o devido valor.

A transferência de gado através de 'cordeles' e 'rodeiras' deixou na reserva um rico património pastoril, construções materiais (cabanas, grandes currais, refúgios...) e património imaterial como um vocabulário que vai morrendo pouco a pouco devido ao desuso ('perrizolas', 'bozaco' ou 'caganeta', 'carolo', 'costelas', 'choto', 'rehata',...), rico e compartilhado por ambos os lados da fronteira luso-espanhola. Foi a interação do homem com o seu meio envolvente, especialmente através das atividades pecuárias e agroflorestais desenvolvidas ao longo dos séculos, que moldaram a paisagem da reserva tal como a conhecemos hoje.

Embora nesta rota se façam sentir outras grandes influências, alheias à ação humana, a geomorfologia do terreno fala-nos do passado glaciar destas paisagens. A principal língua glaciar da zona partiu do circo de Trevinca e Survia, desceu, remodelando os vales na forma característica em 'U' e, ao chegar a Ribadelago, já tinha alcançado quase 15 km de comprimento e 300 m de espessura. Com estas dimensões, a sua capacidade erosiva escavou a 'cubeta' sobre a qual assenta o atual Lago da Sanábria. Os seus 318 ha de superfície e até 51 m de profundidade, fazem dele o maior lago glaciar de toda a Península Ibérica, vestígio do gelo que ali existiu há 10.000 anos.

Hoje oferece-nos paisagens espetaculares dos diferentes pontos de vista que o cercam, caminho de San Martín de Castañeda e Lagoa dos Peces, caminho de Penha Trevinca e um espaço de lazer e descanso muito procurado nos meses de verão.

As aldeias ao longo da rota (Quintana, Sotillo e Limianos, todas elas de Sanabria) são um exemplo da arquitetura popular da zona e oferecem a possibilidade de seguir outros caminhos tradicionais da zona, com as rotas oficiais do Parque Natural ou caminhos mais locais como os das cascatas ou a lagoa de Sotillo.

Recomendações

A rota atravessa o Parque Natural Lago de Sanabria e Serras Segundera e de Porto devendo respeitar-se as restrições deste espaço protegida. O caminho encontra-se sinalizado com sinais de madeira e setas amarelas, não de forma contínua, ao longo de todo o percurso. Em parte sobrepõe-se a uma secção da GR 84 que contorna o Parque Natural. Aproximadamente dois terços da rota decorrem sob um arvoredo que, em determinadas horas, pode fornecer sombra mas que pode também, em certas épocas do ano, implicar uma presença significativa de insetos.

Tipo de circuito
Circular
Dificuldade
Média
Distância
14,91 Kms
Δ Altitude
0 Mtrs
MIDE

Perfis